Quando Resident Evil Village foi lançado, em 2021, muita gente torceu o nariz. Entre críticas sobre mudanças no tom da franquia e comparações com títulos clássicos como RE2 e RE4, quase me convenceram de que o jogo era ruim. Mas ainda bem que eu não dei ouvidos a ninguém.
Eu finalmente joguei o Village pela primeira vez. E se você também está no hype do Resident Evil 9, talvez esteja se perguntando: vale a pena jogar o Village hoje em dia? Spoiler: vale sim, e muito.
Um Resident Evil Subestimado
Comecei a jogar Village motivado pelo trailer de Resident Evil 9. Eu já tinha curtido muito o RE7, mas por algum motivo pulei o Village na época. Aproveitei uma promoção na Steam e paguei apenas R$ 16, e honestamente? Foi uma das melhores compras que já fiz.
Tem gente que diz que Resident Evil Village não é um “Resident Evil de verdade”. Discordo totalmente. O jogo pode ter seus deslizes, claro — principalmente na falta de um inimigo perseguidor marcante como o Mr. X ou o Nemesis — mas isso não tira o mérito da experiência como um todo. Na real, se alguém diz que esse jogo é ruim, eu começo a desconfiar se essa pessoa realmente gosta de videogame.
O Que Village Faz Muito Bem
- Backtracking de Qualidade
O retorno constante à vila é um dos pontos altos do jogo. Você sempre desbloqueia novas áreas e encontra itens que antes estavam inacessíveis. Esse loop de exploração + recompensa é clássico da franquia e está muito bem executado aqui. - Puzzles Interessantes
Os quebra-cabeças exigem atenção ao ambiente e aos itens coletados. Eles não estão lá só pra “encher linguiça”, mas realmente contribuem para o ritmo e a progressão da história. - Gameplay Variada
O jogo vai além do tiroteio. Um exemplo claro é a missão na Casa Beneviento, que entrega um terror psicológico puro, com um clima pesado e sem qualquer combate direto. Essa variação de ritmo enriquece muito a experiência. - Inimigos Criativos e Diferentes
Os licanos são excelentes inimigos. As criaturas grotescas e os chefes principais oferecem combates intensos — especialmente Heisenberg e Moreau, que se destacaram pra mim. Mesmo sem um perseguidor clássico, a variedade de bosses ajuda a manter o jogo dinâmico.
Onde o Jogo Poderia Ter Ido Mais Longe
- Falta de um Inimigo Perseguidor Icônico
Lady Dimitrescu até cumpre esse papel por um curto período, mas é eliminada cedo demais. Ela tinha potencial pra ser a vilã final do jogo, e sua mansão é uma das áreas mais memoráveis da campanha. - Variedade de Armas
Apesar das opções legais, senti falta de uma metralhadora de alta cadência, como vemos em outros títulos da série. Na minha primeira jogatina, achei o arsenal um pouco limitado. - Chefes Desequilibrados
A luta contra a Mãe Miranda — a boss final — é boa, mas nada memorável. Em contrapartida, lutas como a do Heisenberg são bem mais divertidas, mesmo com a polêmica do mecha gigante.
E Sobre o Ethan?
Agora vamos falar do cara mais injustiçado da franquia: Ethan Winters.
Entendo quem torce o nariz pro personagem, principalmente pelo Ethan do RE7. Mas no Village ele evolui demais. Sim, ele ainda é “o cara comum”, mas dessa vez com uma pegada muito mais heroica. Ele perde a mão, cola de volta, e continua lutando como se fosse a coisa mais normal do mundo. O final dele é de arrepiar, e honestamente, depois desse jogo eu passei a respeitar muito o Ethan.
Talvez o Ethan nunca vá ter o peso nostálgico do Leon, do Chris ou da Jill — mas dentro da nova fase da franquia, ele foi um protagonista digno. Inclusive, eu torço pra que ele volte de alguma forma no futuro. Afinal, em Resident Evil, ninguém morre de verdade, né?
Conclusão: Vale a Pena Jogar Resident Evil Village?
Com certeza.
Se você, assim como eu, deixou o jogo de lado por preconceito ou falta de interesse na época do lançamento, agora é a hora certa de corrigir esse erro.
- O jogo está sempre em promoção (na Steam, PlayStation e Xbox);
- Ele oferece uma campanha completa e variada;
- É perfeito pra quem está se preparando para o próximo capítulo da saga.
Resident Evil Village é um baita jogo. Não deixa a desejar dentro da franquia principal e entrega uma experiência sólida, divertida e com momentos memoráveis.
Dê uma chance.
Você pode se surpreender como eu me surpreendi.
Jornalista por formação e gamer apaixonado de nascimento. Comecei minha paixão no polystation, passei por vários consoles, mas o que mora no meu coração é o PS4 e o PS Vita.
Minha paixão me levou a fundar o Já Joguei em 2020 e posteriormente o Na La7a em 2024 com apenas objetivo, manter vocês sempre atualizado de tudo que acontece no mundo dos games desde noticias, review e tutoriais.
