
Olá, você não me conhece. E tudo bem, não vou me apresentar agora. Isso fica para o
final da resenha. Até lá, se quiser se referir a mim, pode me chamar de “Novato”. Não
vou falar da minha família, da cor dos meus olhos ou do que comi no café da manhã —
pelo menos não até ficarmos mais íntimos. O que posso te contar é como vim parar
aqui.
Ontem à tarde eu estava livre. Livre e, de algum jeito, mais extrovertido do que de
costume. Já tinha comprado meu ingresso para assistir Kimetsu no Yaiba, e talvez
fosse por isso que eu estivesse tão eufórico, tão falante. Entrei no grupo do NA LATA,
puxei papo com o André e pedi para participar da equipe. Ele foi de uma generosidade
enorme, e eu, sem saber muito bem por onde começar, prometi que sairia do cinema
com uma resenha pronta. É essa que você começa a ler agora.

MEU DEUS… QUE FILME!
Quando duas horas e meia parecem apenas trinta minutos, você entende que está diante
de algo grandioso. Mas o curioso é que essa grandiosidade já me acompanhava antes
mesmo do filme começar. Passei a tarde inteira inquieto, tentando entender de onde
vinha essa expectativa desmedida.
Mentira, talvez eu soubesse sim. Não é à toa que tenho um pôster do anime colado na
parede do meu quarto. No fundo do meu âmago, sempre amei Demon Slayer — só não
sabia explicar o motivo.

E nessa espera pré-sessão, fiquei revisitando mentalmente as
cenas que me marcaram:
— a transformação dolorosa de Nezuko em Oni;
— o olhar furioso de Tomioka, decidido a eliminá-la;
— a coragem desesperada de Tanjiro, protegendo a irmã com unhas e dentes;
— o instante em que Nezuko, mesmo possuída, retribui o gesto e faz o Hashira repensar
tudo o que sabia sobre os Onis;
— o sacrifício inesquecível de Rengoku no Trem Infinito;
— a luta arrebatadora contra Akaza;
— o treinamento Hashira;
— e a presença enigmática de Muzan, com seu ar de Michael Jackson, chapéu e tudo,
diante de Ubuyashiki.

Mesmo revisitando cada uma dessas memórias, eu não entendia a raiz desse amor pela
série.
E então veio o filme. Duas horas inteiras em que fiquei imóvel, absorvido, admirando a
perfeição de cada detalhe. Foi ali que compreendi. Demon Slayer é feito com cuidado.
Com amor. Não se trata apenas do gore, da cabeça que rola ou do braço arrancado. É
sobre o “porquê”: por que o monstro se torna monstro? O que sustenta o herói diante da
dor? O que existe na alma de cada um deles?
E essa talvez seja a grande beleza: Demon Slayer não é apenas sobre lutas, mas sobre
vidas, escolhas, dores e esperanças.
No fim, só posso concluir: é arte em seu estado mais puro. Como já li uma vez em
Bakuman: “Não há limites para o desenho e para a imaginação.”

E Haruo Sotozaki me mostrou no cinema algo que eu jamais tinha visto. Algo que não
apenas fortaleceu meu amor pela obra, mas me fez lembrar de todos os motivos pelos
quais ela é tão inesquecível.
Só posso dizer a vocês que vale a pena cada minuto que estou mais hypado do que nunca
estive para as duas sequências desse filme.
Ficha Técnica:
- Título original: 劇場版「鬼滅の刃」無限城編 (Gekijō-ban Kimetsu no Yaiba:
- Mugen Jō-hen)
- Título em português / Brasil: Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito
- Ano de produção / lançamento: 2025
- Data de estreia (Brasil): 11 de setembro de 2025
- Data de lançamento no Japão: 18 de julho de 2025
- Direção: Haruo Sotozaki
- Roteiro / autoria do roteiro / adaptação: Ufotable (equipe interna)
- Produção / Produtores:
- Produtores: Akifumi Fujio, Masanori Miyake, Yūma Takahashi
- Estúdio de animação: Ufotable
- Música / Trilha sonora: Yuki Kajiura, Go Shiina
- Direção de fotografia / cinematografia: Yūichi Terao
- Edição: Manabu Kamino
- Distribuição:
- Japão: Aniplex e Toho
- Internacional: Sony Pictures Releasing / via Crunchyroll (para mercados fora do
- Japão)
- Duração: 155 minutos (≈ 2h35)
- Gêneros: Animação, Ação, Fantasia, Thriller
- País de origem: Japão
- Idioma original: Japonês
- Orçamento estimado: US$ 20 milhões
- Bilheteria estimada / arrecadação: US$ 556,5 milhões