
A Take-Two Interactive, gigante por trás de franquias como Grand Theft Auto, NBA 2K e Borderlands, retirou todas as referências à política de diversidade, equidade e inclusão (DEI) de seu relatório anual de 2025. A decisão marca uma mudança clara de postura da empresa, que parece estar deixando de lado o discurso identitário para colocar novamente os games e os jogadores no centro da conversa.
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DEI fora do radar corporativo?
A retirada das referências à DEI segue um movimento mais amplo entre grandes empresas de tecnologia e entretenimento nos Estados Unidos. Gigantes como Disney, Google e Intel também passaram a reduzir ou eliminar menções diretas a esses temas em seus relatórios financeiros. No caso da Take-Two, a mudança foi mais do que sutil: a seção antes chamada de “Diversidade, Equidade e Inclusão” foi renomeada para “Comunidade e Engajamento”.
Em 2024, a empresa afirmava em seu relatório 10-K:
“Acreditamos firmemente que equipes diversas são mais valiosas e eficazes, e que a diversidade é fundamental para o nosso sucesso.”
Já em 2025, o texto passou a dizer:
“Acreditamos firmemente que a diversidade de pensamento impulsiona a inovação que é essencial para o nosso sucesso.”
Além disso, a editora omitiu da nova versão o reconhecimento concedido pelo grupo Gay Gaming Professionals, que figurava nos relatórios anteriores.
O que são relatórios 10-K e por que isso importa?
Os relatórios 10-K são documentos obrigatórios para empresas listadas na bolsa dos EUA. Eles fornecem um panorama completo sobre operações, riscos, desempenho financeiro e valores corporativos. Por isso, alterações nesses documentos são vistas como reflexo direto das prioridades da empresa — inclusive em temas sociais.
A exclusão da linguagem DEI sugere que a Take-Two pode estar redirecionando sua imagem pública para um posicionamento mais neutro ou menos político, algo que pode impactar sua reputação com parte da comunidade gamer e com talentos que valorizam empresas com compromisso social.
Reflexo de um novo cenário?
O cenário atual nos Estados Unidos mostra uma crescente polarização em torno de pautas sociais e culturais dentro do ambiente corporativo. Em meio a pressões de investidores, consumidores e até legisladores, muitas empresas têm optado por adotar um discurso mais genérico, focado em performance e inovação, em vez de assumir posições explícitas sobre diversidade.
No universo dos games, onde o público é diverso e global, esse tipo de mudança pode gerar reações mistas. Parte da comunidade gamer espera que as grandes publishers se posicionem ativamente em causas sociais. Por outro lado, há quem veja com bons olhos um afastamento de pautas consideradas “politizadas”.
E agora, Rockstar?
Como empresa-mãe da Rockstar Games, a Take-Two inevitavelmente acaba irradiando suas diretrizes corporativas para subsidiárias e franquias. Com GTA VI se aproximando do lançamento e expectativas nas alturas, resta saber se o jogo — e sua comunicação oficial — refletirá essa nova abordagem mais cautelosa ou se continuará flertando com o caos e a crítica social que sempre marcaram a série.
Será que o abandono da linguagem DEI representa apenas um ajuste burocrático ou uma virada real no posicionamento da editora?
Sou jornalista por formação desde 2019 e gamer apaixonado desde o nascimento. Comecei minha paixão no polystation e passei por vários consoles, mas o que mora no meu coração é o PS4 e o PS Vita.
Minha paixão me levou a fundar o Já Joguei em 2020 e posteriormente o Na La7a em 2024.
Gosto de jogos de ação, aventura, esportes e survival horror, mas é difícil escolher um unico jogo ou franquia favorita.
O meu objetivo é apenas um, manter vocês sempre atualizado de tudo que acontece no mundo dos games desde noticias, review e tutoriais.