O novo shooter da Bungie já nasceu com pressão: precisa estar entre os jogos mais vendidos do ano para não ser um desastre comercial
O próximo grande lançamento da Bungie, Marathon, tem uma missão quase impossível: não flopar. Previsto para chegar em 23 de setembro para PC, PS5 e Xbox Series X|S, o jogo de extração sci-fi já enfrenta desconfiança por parte dos jogadores — e até mesmo da própria equipe de desenvolvimento. Segundo informações reveladas pelo jornalista Paul Tassi (Forbes), Marathon só será considerado um sucesso se entrar no top 5 de vendas anuais do mercado norte-americano. E isso levanta a grande pergunta: o que precisa acontecer para Marathon não seguir o mesmo caminho de Concord?
Pressão máxima, moral baixa
Desde o vazamento de artes plagiadas até a recepção morna do teste Alpha, Marathon tem tropeçado em sua própria proposta. Jogadores que participaram da prévia relataram que o conteúdo era limitado e o engajamento caiu drasticamente poucos dias após o início. “As pessoas estão chamando isso de Concord 2.0”, disse Tassi, fazendo referência ao fracasso da Firewalk Studios, que viu seu jogo ser praticamente abandonado em duas semanas após o lançamento.
Nos bastidores, o clima não é melhor. Funcionários da Bungie estariam preocupados com o futuro do estúdio, que vive um momento de instabilidade após cortes internos e a pressão da Sony, dona do estúdio desde 2022. Segundo fontes internas, a ideia de adicionar um modo PvE — que poderia ampliar o apelo do jogo — foi descartada cedo demais, e agora seria tarde (e caro) demais para voltar atrás.
PvE, identidade forte e diferenciação: a tríade do sucesso?
O mercado de shooters de extração já começa a ficar saturado. Escape from Tarkov, The Finals e até Arc Raiders disputam a atenção de um público exigente. Para Marathon não flopar, ele precisa se destacar. E isso só acontece com três fatores principais:
- Identidade única: Marathon ainda não mostrou claramente o que o diferencia dos concorrentes. A ambientação sci-fi pode ser um atrativo, mas precisa vir acompanhada de um gameplay inovador, seja em movimentação, sistema de combate ou progressão.
- Experiência PvE ou narrativa: por mais que a Bungie tenha descartado o PvE, uma campanha solo ou missões cooperativas com história seriam um atrativo enorme. Jogadores de Destiny esperam esse DNA narrativo — e a ausência pode afastar uma parte importante do público.
- Modelo de lançamento acessível: a decisão de lançar como jogo pago pode ser um tiro no pé. Num cenário onde The Finals e outros rivais apostam no free-to-play, colocar Marathon com preço cheio pode limitar sua base inicial, algo crucial para o sucesso de um jogo focado em multiplayer.
Concorrência pesada e um cronômetro invisível
O timing também joga contra. Marathon chega no mesmo ano em que veremos lançamentos como Call of Duty 2025, Monster Hunter Wilds e talvez até GTA 6. A disputa pelo tempo (e bolso) do jogador vai ser brutal. E diferente de Destiny, Marathon ainda não tem uma base leal ou um universo estabelecido. Ele vai ter que conquistar tudo do zero.
O fato de a Sony exigir que o jogo esteja entre os cinco mais vendidos do ano no NPD como critério de sucesso é revelador — e assustador. É como pedir que um estreante ganhe o Oscar já na estreia. E se não conseguir? O histórico da Bungie e da própria Sony indica que a paciência tem limite.
O que vem depois?
A Bungie precisa acertar em cheio ou corre o risco de ver Marathon virar mais um nome na lista de jogos esquecidos em menos de um mês. A dúvida é: será que ainda dá tempo de virar o jogo?
A resposta está nas próximas semanas — e na capacidade da Bungie de aprender com os erros antes que o cronômetro chegue a zero.
Jornalista por formação e gamer apaixonado de nascimento. Comecei minha paixão no polystation, passei por vários consoles, mas o que mora no meu coração é o PS4 e o PS Vita.
Minha paixão me levou a fundar o Já Joguei em 2020 e posteriormente o Na La7a em 2024 com apenas objetivo, manter vocês sempre atualizado de tudo que acontece no mundo dos games desde noticias, review e tutoriais.
